Recentemente, tenho refletido sobre o boom da Inteligência Artificial (IA) que está transformando de forma significativa o trabalho dos designers. Mas será que, em breve, seremos uma mão-de-obra dispensável?
É muita coisa ao mesmo tempo!
Piscamos os olhos e, de repente, há IA para tudo: redigir e traduzir textos, criar imagens, mockups, slogans, vídeos, programar sites, entre outros. De repente, surgiram inúmeras opções para facilitar nosso trabalho. É até um pouco difícil acompanhar tanta evolução em tão pouco tempo, testar e entender como podemos incorporar essas tecnologias no nosso dia a dia.
Por enquanto, diria que o maior impacto é a eficiência.
Lembro-me do início da minha carreira, lá pelos anos 2000, quando ouvi um designer dizer que havia passado horas colocando gotinhas de água em uma imagem de uma lata de refrigerante no Photoshop. Hoje, é difícil acreditar que perdíamos tanto tempo com algo que atualmente se resolve em segundos!
O que definitivamente está tornando o trabalho dos designers muito mais rápido é a eficiência que a IA proporciona. Precisa de um mockup? Umas três tentativas de prompt e pá! Quer um efeito diferente no site? Mais algumas palavras no prompt e está pronto! A otimização do tempo para o trabalho mais “braçal”, de execução, tem sido uma das maiores vantagens para nós, designers. Agora, sobra mais tempo para nos dedicarmos às ideias, inteligência e criatividade de nossos projetos.
Mas será que a IA vai substituir os designers um dia?
É difícil prever, com tantas mudanças ocorrendo em tão pouco tempo, mas eu diria que, em parte, sim. A IA pode substituir o trabalho dos designers especializados na execução mais técnica e repetitiva, como aqueles que focam no tratamento de imagens, na replicação de layouts ou na criação de sites baseados em templates prontos. A IA pode facilmente ocupar o lugar dos designers que seguem uma criação mais medíocre, que vão na onda da moda e copiam modelos já saturados no mercado.
No entanto, a IA ainda não é capaz de trazer alma nem inteligência para um projeto. Ela é treinada para fazer o que todo mundo faz, sendo mais genérica. Se o foco do branding, é se posicionar de forma diferenciada no mercado, com uma personalidade única, será muito difícil obter um bom resultado somente com a IA. Em outras palavras, os designers que forem mais estratégicos, criativos e que focarem em dar personalidade e contar histórias únicas continuarão sendo essenciais para o mercado.
Mesmo com muitas ferramentas, a maioria das empresas não sabe como usá-las para obter melhores soluções de comunicação.
Embora já existam muitas ferramentas com IA, muitos clientes que não são da área de design não têm o know-how necessário para definir o que realmente precisam em um prompt. A IA é apenas uma ferramenta, e para extrair um bom resultado, é necessário ter um mínimo de expertise em comunicação. Vou dar um exemplo: suponha que uma empresa precise renovar o site. Se ela pedir para a IA criar, ok, ela cria, mas provavelmente será um modelo pronto ou muito semelhante ao de muitos concorrentes. Mas, se houver um designer estrategista envolvido, ele dará um direcionamento mais inteligente para que o site se destaque e se torne mais memorável para o público, trazendo mais resultados para o negócio.
Mas, por enquanto, só alegria.
Admito que, a cada dia, fico bastante impressionada com as evoluções da IA. Ainda há muito a melhorar, como na geração de imagens que muitas vezes têm um aspecto bem artificial, mas o quanto essa tecnologia tem ajudado a acelerar a parte de execução (montagem de apresentações, elaboração de textos, mockups, tratamento de imagens etc.) é realmente impressionante.
E como o próprio ChatGPT diz:
Que assim seja, amém!