Entre final de 2023 e início de 2024, resolvi dar a volta ao mundo. Passei por 7 países: Grécia, Singapura, Tailândia, Camboja, Vietnã, Japão e EUA. Foram 3 meses intensos de muito aprendizado e experiências. Fiz questão de trabalhar o mínimo possível para viver essa espécie de “mini sabático”. E o que isso contribuiu para o meu trabalho?
Ampliar o repertório de referências para melhorar a criatividade
A criatividade vem da conexão inteligente de referências. E quanto mais referências tiver, maior as chances de criar soluções ousadas e diferenciadas.
Desde as primeiras horas em Singapura, senti que realmente tinha chegado na Ásia. Tem muitas marcas internacionais que já conhecemos, mas você começa reparar que há um universo cheio de peculiaridades sobre as culturas asiáticas. Suas histórias são milenares e complexas, as influências entre uma cultura e outra foram se fundindo e trazendo essa miscelânia rica de cores, arte, misticismos, aromas e sabores. Vemos isso muito superficialmente no ocidente e estava encantada com tanta novidade.
Uma simples compra no supermercado já era um boom de novidades: embalagens diferentes, alfabeto cheio de círculos e curvas, alimentos locais que nunca vimos antes… Cada detalhe contribuiu para aumentar o repertório de referências. Imagine passando por 7 países em tão pouco tempo!
Novas formas de trabalho que saem do óbvio (ainda bem!)
Desde o início da carreira, aprendemos que um profissional de sucesso deve fazer uma boa faculdade, trabalhar e crescer dentro de uma empresa grande e famosa, abrir a própria agência ou virar professor acadêmico. Ok, isso ainda funciona para muitas pessoas, mas agora, ainda mais depois da pandemia, veio um sério questionamento: há outros caminhos, não?
Foi um processo de uns bons anos até eu enxergar que, desfazer de uma agência com 10 funcionários me abriria a porta para o nomadismo digital. Foi a decisão mais saudável que já fiz! Na época, não estava claro que isso era uma boa ideia, tinha medo de passar a imagem de “falida” para os outros, e demorei para enxergar que posso ter um outro tipo de sucesso: a de trabalhar com mais eficiência, menos tempo e mais qualidade de vida. Isso tudo conciliando com minha outra paixão: viajar!
Bom, mas essa sacada não veio especificamente desta viagem de volta ao mundo, mas ela consolidou que não preciso ter mais medo de mudar se for preciso, parar se for preciso, rever se for preciso, e de dizer: isso vai ser bom pra mim, vai ser bom pra vocês clientes também.
Podemos ir muito mais além do que imaginamos
Já tinha feito viagens longas conciliando trabalho com turismo, mas essa foi de longe a mais ambiciosa de todas. E fazendo as contas, sabia que em 3 meses, se não fosse um sabático, os gastos no sudeste asiático ficariam iguais ao de viver em São Paulo, mesmo incluindo passagem aérea? E depois deste período, viver por lá acabaria saindo mais barato do que viver aqui.
E qual a conclusão disso?
Os aprendizados conservadores do mundo do trabalho costumam nos enraizar nos grandes centros urbanos próximos de onde moramos, e a possibilidade de experimentar algo novo fica só no plano do sonho inalcançável ou aposentadoria. Mas já pensou se pudesse fazer isso AGORA? Por que não? Somos condicionados a pensar pequeno, por isso exige um certo esforço para ir além do óbvio.
Outro ponto: à medida que você “se joga” no mundo, e quando falo mundo, não é somente viajar, mas estar no desconhecido (que pode ser uma área nova, ou uma nova forma de trabalhar), poderá surgir caminhos novos que nunca havia cogitado percorrer antes. No meu caso: por que não arriscar no mercado internacional? Agregar vídeo aos projetos de branding? Será que continuo com branding ou tento outras áreas que amo fazer também?
As possibilidades são infinitas. Claro que nem todas serão boas, mas assim como me encorajei parar de trabalhar para dar a volta ao mundo sozinha, acho válido incentivar você a dar um passo no desconhecido.