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O que aprendi em 1 ano de liberdade geográfica

Em novembro de 2021, depois de muito planejamento e aguardar ansiosamente pela 2º dose da vacina contra COVID, decidi fazer as malas e cair no mundo sozinha. Precisava voar.

Comecei por Miami, 4 dias ainda no ritmo de turista, e depois fiquei 3 semanas na belíssima Playa del Carmen, no Caribe mexicano. Eu sempre tive o sonho de conhecer o Caribe, mas por não conseguir tempo e companhia, nunca tinha ido. Lembro-me num pôr-do-sol em Isla Mujeres, brisa fresca, céu rosado, na frente de uma praia paradisíaca tomando uma chelada, olhei para o mar e quase chorei. Finalmente estava onde queria, como eu queria. Senti uma paz no espírito de quem realmente alcançou a plena liberdade.

Esse ápice não veio à toa. Por muitos anos, me vi cobrada e sufocada por valores que comecei a questionar seriamente se fazia sentido: o que é ser bem-sucedida, o quanto fazia sentido valorizar uma opinião superficial dos outros, convenções sociais como casar e ter filhos… e nesse dia em Isla Mujeres, por um momento, todo esse peso foi embora.

Desde então, não quis parar, mas sem loucuras. Nada do tipo “vou largar tudo e cair no mundo”. Tenho responsabilidades em São Paulo e minha saúde reclama quando exagero no ritmo, portanto foi aos poucos.

Dubai, Abu Dhabi, Lima, Huaraz, Cusco, Arequipa, Lençóis Maranhenses, Jericoacoara, Fortaleza, Buenos Aires, Mendoza… nem dá para acreditar que, para quem tirava entre 2 a 3 semanas de férias por ano, conseguiu viajar tanto em tão pouco tempo. E quais foram meus maiores aprendizados?

Mudar as vezes é mais fácil do que parece

As vezes a gente não tem coragem de largar algo que parece estar dando certo. Eu, com agência dando lucro, clientes grandes, equipe de 8 pessoas… achava que o curso natural era fazer a empresa crescer mais e mais. Mas quer saber? Sou muito mais feliz agora. Respondo poucos e-mails por dia; o tempo que perdia para me arrumar e ir ao escritório, hoje uso para passear com os meus cachorros; não preciso mais trabalhar 8 horas por dia se eu tiver cumprido meus compromissos e ter batido a meta. Ah, a meta… muito mais fácil de bater pois ela ficou menor, mais simples.

Na estrada também acabei conhecendo outras pessoas que estavam desfrutando da liberdade geográfica, e muitas delas chegaram a mudar de carreira. Bem mais desafiador, mas uma mudança possível.

Alguns (ou muitos) valores que você se importava não valem a pena

Status social é muito perecível. Sabe aquelas coisas que fazemos porque sim? Mas por que sim? Por que não repensá-los? Pois muitas delas te sugam a alma, fazem perder tempo, dinheiro, acabam com sua autoestima, te deixa num mar de ansiedade para nada.

O mundo é muito grande para ficar em um só lugar

Sabia que os Incas não eram uma civilização, e sim uma classe social? Que Dubai tem 70% de homens e 30% de mulheres? Que o calendário maia é muito mais preciso que o nosso atual? As experiências em outras cidades/países te expõem mais intensamente a conhecer novas culturas, é uma fonte infinita de conhecimento e experiências. E isso é ótimo para criatividade e crescimento pessoal.

Liberdade é privilégio de poucos, mas se você puder, busque-a

Nessa trajetória foi muito mais visível ver tantas pessoas presas em suas rotinas, obrigações e tendo pouco tempo para se permitir fazer o que realmente deseja. Quando eu falava “ficarei 2 meses no Peru sozinha”, todo mundo se espantava e invejava. Reparei que alcancei um privilégio único: o da liberdade. Isso sim é muito valioso, poucos tem, poucos conseguem ou não tem percepção que poderiam conseguir. As vezes nem o dinheiro traz isso. Numa visão mais moderna sobre realização pessoal, para mim, não é mais se casar, ter filhos e ser rica. E sim, ser livre para ser quem eu quiser.

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